terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ela tem que ser a melhor sempre!

A turma estava passeando pelo shopping, quando você parou em frente a um vitrine e disse que queria comprar aquela bolsa, mas estava sem grana e teria que esperar um pouco. No outro final de semana, uma de suas colegas aparece na balada com a tal bolsa. Você percebe, mas acha que não foi de propósito. Alguns dias depois, você resolve mudar o corte de cabelo e a mesma garota copia a sua ideia, só que faz umas mechas vermelhas pra chamar mais atenção. Aí, você para e presta atenção: ela também tem mania de pintar as unhas com a mesma cor de esmalte que você. Espera aí! Ela está tentando ganhar o garoto de quem você está a fim!!!

Se achou essa descrição um pouco conhecida (seja por curtir uma disputa ou por ter seu “espaço ameaçado”), saiba que não está sozinha. Algumas garotas têm tanta necessidade de se afirmar que acabam disputando espaço e atenção até entre as amigas mais próximas. E isso é muito chato. Mas, com bastante conversa, dá até para resolver essa encrenca sem acabar de vez com a amizade.

Seja verdadeira... e feliz
Fiquei tão intrigada com essas histórias que fui perguntar a um psicólogo o que ele achava. Sabe o que ele disse? Que muito dessa competição tem a ver com insegurança. É como se, para se sentir bem, fosse preciso “ocupar” o lugar de alguém que você considere bacana, mesmo que essa pessoa seja sua amiga.

Mas pensar assim não é muito lógico. Se você tem uma friend que adora competir, tente mostrar que ela tem suas próprias qualidades, assim como todas as pessoas, e que não tem nada a ver ficar querendo copiar você, tirar melhores notas, chamar mais atenção e tals.

Agora, se você é quem tem mania de entrar em clima de competição, tenha certeza de que as pessoas vão gostar muito mais se você for natural, espontânea e autêntica (mesmo que com alguns defeitinhos. Afinal, quem não tem vááários?) do que tentar se parecer com alguém. Você pode até achar que não, mas os outros percebem quem está sendo verdadeira.

Round 1 - Eu competia, sim!“Disputar nunca faz bem. Depois de um tempo, isso começa a afetar seu jeito de ser. Foi o que aconteceu comigo, quando tinha 11 anos. Antes de a Malu entrar na escola, eu era a garota mais amiga dos meninos, a queridinha dos professores, a melhor da classe... Quando ela chegou (na terceira série), a coisa mudou um pouco.

Era ano de escolha do representante de classe e eu estava certa de que ganharia. Mas quem ganhou foi ela. Fiquei supermal e carreguei essa decepção comigo por muito tempo. No ano seguinte, ficamos amigas e paguei a língua por tudo de ruim que havia pensado sobre ela. Mas, ainda assim, criei uma barreira entre a gente.

Não me importava em ser boa; só tinha que ser melhor que a Malu, já que ela desenhava bem, jogava handebol, participava das peças na escola... e eu, nada! Se achava alguma coisa em que eu era boa, ela era melhor... A gota d´água dessa situação foi quando a Malu ficou com o menino de quem eu estava a fim. Tentei não me preocupar, porque a Malu também gostava dele (e ele, dela). Mas isso acabou comigo. Essa situação me deixou muito triste e fui falar com uma psicóloga, que me ajudou a resolver o problema.

Com o tempo e com ajuda da minha amiga também, consegui me reerguer. Contei tudo para a Malu, que ficou do meu lado, me apoiou e me mostrou que eu era boa em muitas coisas. Dessa história de ficar de competição, só levei a pior. Estaria mentindo se falasse que não tenho mais crises de baixa auto-estima, mas sei levar isso de uma maneira melhor e continuo sendo muito amiga da Malu, sem precisar competir com ela”.

Mary Espadaro tem 15 anos e faz parte do Clube das Leitoras

Round 2 - Ela compete comigo“Eu e a Ana* somos amigas desde pequenas. Conforme cresci, fiz novas amizades e acho que esse foi o motivo do início de toda a competição, pois ela só tinha a mim como amiga.Tenho muitas histórias que relembram essa época de ringue. Certa vez, apareci com um brinco novo e ela disse que era horrível, que não combinava comigo e tals. No dia seguinte, comprou um igualzinho e falou que dependia de a pessoa ser bonita para o brinco ficar bom.

E a coisa foi ficando pior... Ela já chegou a colocar meu nome na prova dela só para a professora não saber qual realmente era a minha! Foi a maior confusão: chamaram nossas mães, a diretora... e quase fiquei de recuperação. No final, ela admitiu a mentira.

Nesse ano, a Ana já aprontou: caímos em salas diferentes e ela, sem me avisar, pediu à diretora que me mudasse de classe, mesmo sem eu ter falado nada! Quando a gente briga, e eu reclamo do jeito dela, a Ana fala palavrões e diz que faz o que quer, independentemente de me agradar ou não. Daí, começa a me humilhar, colocar apelidos, me xingar e fazer as pessoas ficarem contra mim. Para não ter que aguentar tudo isso, acabo fazendo as pazes.

Algumas amigas dizem que ela me trata assim porque é invejosa, pois sempre tirei notas melhores, fiz mais amizades... Além disso, a Ana tem vários problemas em casa e acho que desconta tudo isso em mim. Já fiquei tão mal pelas humilhações dela, que até pensei em trocar de escola. Ela deveria se tocar de que o mundo não gira em torno dela. Algumas vezes, a Ana chega a gritar, chorar e ficar supermal. Se tento ajudá-la, diz que quer ficar sozinha. Entendo que tenha problemas, como pais separados e um namorado que ela desconfia que a está traindo, mas não sou culpada por nada disso.”







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